Faianças de Alcobaça


ALCOBAÇA - VALADO

Faiança decorativa instalou-se em Valado dos Frades nos anos 40 do século XX, por influência das fábricas Raul da Bernarda e Olaria de Alcobaça do vizinho Concelho de Alcobaça, fabricando no inicio uma louça idêntica á dessas fábricas, conhecida como Louça Regional de Alcobaça.

A primeira fábrica chamava-se Pereira & Lopes Lda,foi fundada em 1944, por Álvaro Marques Pereira, José Pereira, e Eduardo Lopes.

Eduardo José da Silva Lopes nos anos 30, ainda na Escola Industrial, foi sócio fundador em 1944 no Valado da primeira Fábrica de Faianças, a Fábrica Pereira e Lopes , depois da sua saída passou a chamar-se Pereiras Ldª., nos primeiros tempos da fábrica além de a dirigir a produção era modelador e pintor.

Nos anos 60 apareceram outras fábricas como a Louçarte,e a Valarte, (também a fábrica de porcelanas SPAL) , o que deu oportunidade a centenas de pessoas a largarem a tradicional agricultura e tornarem-se operários cerâmicos.

Nos anos 80 com o aumento da procura nos mercados externos das faianças Portuguesas , surgiram dezenas de pequenas fábricas. No inicio do século XXI com a globalização e a crise internacional as fábricas de faiança fecharam quase todas resistem a Farval e a Soldecor.


Fonte : valadodosfradesfotos.blogspot.pt

ALCOBAÇA VESTAL 

 Fábrica de Faianças Artísticas, de Alcobaça, mais propriamente sediada na localidade de Vestiaria, empresa ícone na louça de Alcobaça, que infelizmente também já encerrou há alguns anos e cuja proprietária inicial era a empresa Batista & Almeida, Limitada.

"Vestal" - ou "Vistal", como também era denominada nos seus primeiros anos - foi fundada em Fevereiro de 1947 por António Branco, Joaquim Batista Branco, Veríssimo de Almeida e Acácio Bizarro.

A sua primeira fornada teve lugar em 11 de Julho do mesmo ano. Nessa data, eram pintores Leopoldo Machado, Noel Costa, Augusto Moreira, Joaquim Dias Marques e Mário Silva; Carlos Fernandes era oleiro rodista; Acácio Bizarro, o forneiro; Veríssimo de Almeida era fornista; o quador de barro era Manuel Clementino; eram aprendizes José Coelho e António Amado - onze pessoas, no início.

A sua produção destinava-se essencialmente ao mercado local e Lisboa. Entretanto, em 1948, a quota de Joaquim Batista Branco foi comprada por António Henriques Real. Uma vez que o novo sócio possuía já uma empresa de distribuição sediada na capital, a "Vestal" atingiu assim novos horizontes. Com efeito, após a I Feira das Indústrias, a fábrica projectou-se no mercado externo, tendo sido a Grã-Bretanha o primeiro foco. Até 1960, a "Vestal" desenvolveu-se atingindo cerca de cento e cinquenta funcionários.

As matérias primas utilizadas eram o barro dos Capuchos, chumbo proveniente da sucata, estanho de Belmonte e tintas importadas de Inglaterra e da Alemanha. A sua produção consistia em pratos de parede, jarras, fruteiras, bengaleiros, castiçais, galheteiros, entre outras variadíssimas peças. Além das decorações populares características desta louça, em que as flores são elemento dominante, a "Vestal" introduziu também temas históricos, pintados em talhas e pratos - desde efemérides como a Restauração de 1640 ou a Tomada de Lisboa aos Mouros. Outros motivos de sabor erudito figuram em algumas peças de faiança daquela fábrica: sonetos de Camões, poemas de Guerra Junqueiro e João de Deus, figuras como Vasco da Gama, António de Oliveira Salazar ou Chopin, foram retratados, tal como alguns pintores e seus quadros - Goya, Da Vinci. Também a visita da Rainha Isabel II de Inglaterra a Alcobaça, em 20 de Fevereiro de 1957 levou à elaboração de uma interessante talha. Todos estes motivos foram introduzidos por um funcionário que foi admitido na empresa em 1952 - Hélder Lopes - que veio a tornar-se sócio da "Vestal" em 1962.

Pela "Vestal" passaram destacados pintores, além dos que estavam na data da fundação: Almeida Ribeiro, António José, Luís Cipriano da Silva, Luís Ferreira da Silva e Joaquim Pereira Assunção (conhecido por Marcos).
Tal como a "Olaria de Alcobaça", também a "Vestal" fez imitações da louça antiga do Juncal, bem como dos pratos conhecidos por "aranhões". Nos dias de hoje ainda a "Vestal" continua a fabricar a louça típica de Alcobaça. No entanto, em 1968, os seus antigos fornos artesanais foram substituídos por outros eléctricos, que mecanizaram e aumentaram a produção - mas que tiraram de vez a cor genuína da louça regional."

A Vestal encerrou as suas portas no início deste século, mais precisamente em 2002, pese embora só passados 9 anos foi considerada falida, a 9 de Setembro de 2011, a então denominada VESTAL - Faianças de Alcobaça, Lda.

Fonte : https://velhariastralhasetraquitanas.blogspot.pt/


ALCOBAÇA - RAUL DA BERNARDA

A Faiança de "Raul da Bernarda" foi, como sabemos, provavelmente a mais afamada faiança artística de Alcobaça e sem dúvida a sua mais antiga fábrica, e com maior longevidade que infelizmente também já encerrou. 

A marca é a correspondente ao período de Raul Ferreira da Bernarda (a partir de 1933) e até final da década de 40. 

A sigla do pintor, "A.J." corresponde à de um dos melhores pintores que passaram pela Fábrica - António José Saraiva Mendes

Sabe-se que este pintor, conjuntamente com António Rosa, José Serafim, Luís Salvador, José Salvador e José Luís Gonçalves constituíram o núcleo responsável pela qualidade estética e inegável afirmação da faiança de "Raul da Bernarda" nos anos 30 e 40, criando um estilo e uma imagem que perdura.

As faianças de "Raul da Bernarda" foram evoluindo no tempo em função das modas, estilos e gostos, mas a época de 30/40 ficou marcada para sempre, com a particularidade, beleza, desenho e pintura das peças decorativas então produzidas. 

Infelizmente em Maio de 2008, a empresa fechou as portas e iniciou o processo de insolvência, vindo a ser declarada insolvente em Maio de 2011 tendo o BES - Banco Espirito Santo ficado como proprietário do imóvel onde funcionava a Fábrica.

Fonte: https://velhariastralhasetraquitanas.blogspot.pt/